quinta-feira, 22 de junho de 2017
JUDAS CREU E AMADURECEU.
ENFIM, JUDAS CREU E
AMADURECEU
No
início foi difícil para ter crido e aceito.
Depois de haverem se passado cerca de um pouco mais de quatrocentos
anos do silêncio do Eterno Deus aos homens, as espadas afiadas da tradição e a
contundência da religiosidade legalista cruzavam, chocavam e dividiam mundos e
opiniões, a vida cotidiana comum na Palestina estava vendo no seu meio o
incomum e sem igual no seu templo, nos seus caminhos e ruas. Um mestre rabino,
um carpinteiro experimentado nos trabalhos, vindo da desprezada cidade de
Nazaré estava dividindo e produzindo choques nas opiniões de religiosos e entre
o povo. Entre admirações e acusações, seu irmão mais novo Judas convivia.
No começo da convivência familiar, como deve ter sido
extremamente difícil para a mente lógica e juvenil do jovem Judas ter concebido
e ser convencida de que o carpinteiro seu “meio-irmão” era ao mesmo tempo além de
seu irmão do lar, era o Filho do Eterno Deus Pai. Como foi inteiramente
complexo no início para a mente natural e tenra do jovem Judas ter crido que o
carpinteiro seu “meio-irmão”, além de ser seu irmão do lar, era também
participante da criação de todas as coisas em cima no Céu e embaixo na Terra.
Como foi completamente confuso no início para a mentalidade cultural e religiosa
do jovem Judas ter crido que o carpinteiro seu “meio-irmão”, morando consigo
dentro do seu pobre lar, comendo do mesmo pão à mesa e bebendo da mesma água da
jarra, era Senhor descido do Deus Soberano. Que veio para Único Dominador com
poder e autoridade sobre tudo e sobre todos.
Esse jovem Judas, que mais tarde veio se apresentar descrevendo-se
como “servo de Jesus Cristo, irmão de Tiago”, foi irmão mais novo do Senhor
Jesus de Nazaré, o Filho de Deus. Marcos 6.2-4; João 7.5. De início foi difícil
para crer, todavia mais tarde enfim substancialmente Judas creu, e além disso, já
amadurecido da caminhada, declarou sua prova de fé e crença em frases diretas e
sucintas. Atos 1.14; Jd 21-25. Muito possivelmente a numerosa parte dos
leitores modernos da Bíblia Sagrada ainda não tenha refletido nesses
quesitos-detalhes da vida de Judas, o jovem irmão do Homem de Nazaré chamado
Jesus. Detalhes esses que muito podem despertar atenções e alavancar
ensinamentos para a vida de tantos quantos possam deles extrair benefícios
edificantes. Principalmente daqueles que vacilantes buscam razões consistentes
para manterem firme a fé, enfrentando reações opositivas adversas, heresias e
apostasias e não se perderem presos circunstanciais fora do Caminho.
Assim como seus outros irmãos, o jovem Judas por certo período
alimentou dúvidas e descrença quanto a missão do seu “meio-irmão” mais velho chamado
Jesus. Olhando com lentes naturais para a vida comum e o ambiente que permeavam
aqueles dias na Palestina, pode se considerar aquelas divagações terem sido
aceitáveis e um tanto toleravelmente compreensíveis. A mentalidade corrente focada
pela tradição religiosa e sufocada pelo poder romano sobre o povo jamais teria
estrutura suficiente para crer e absorver algo mais do “meio-irmão” de Judas, a
não ser Ele ter sido naqueles dias uma esperança libertadora temporal em
relação a um mestre rabino, profeta, com uma missão terrena como os outros
anteriores.
Contudo, as caminhadas, os atos pessoais, as pregações, os
ensinos, as palavras e obras e as empreitadas efetuados pelo Homem de Nazaré,
chamado Jesus, foram devagar e paulatinamente alumiando entendimentos,
afogueando convicções, no coração do jovem Judas e imprimindo o ponto de fortes
certezas interiores quanto à divindade, ao poder e à autoridade de seu
“meio-irmão” Jesus, o Ungido do Eterno Deus. Judas vinha vendo e acompanhando
palavras, manifestações de sinais e maravilhas, curas e expulsão de demônios.
Enquanto o tempo passava, além de sua mãe Maria, o jovem Judas
também fora colecionando dentro de seu mundo interior tudo quanto estava vendo em
Jesus, pregando, ensinando e realizando
aonde ia. Sem embargo, as admirações e a fama do irmão mais velho de Judas
estavam tomando espectro entre as gentes em sua localidade e já avançando além do
Templo e das fronteiras. Mas não apenas a fama, e sim também o levante da
avalancha de oposições e incompreensões odiosas, rixas ressentidas, invejas
homicidas, tentativas e armadilhas traiçoeiras contra a vida de seu
“meio-irmão” Jesus. Judas foi uma testemunha pessoal e direta disso.
Rodeado pelas correntes filosóficas, ideológicas e astuciosas
dos mundos influentes da época, a saber o farisaico e o saduceu, o jovem Judas
conviveu entre dois mundos em torno de seu “meio-irmão” Jesus. De um lado,
adimirações e bendições por parte do povo, principalmente das pessoas mais
simples e pobres beneficiadas. Do outro, ferrenhas oposições em todos os
sentidos e gêneros e tipos por parte da camada religiosa influente e poderosa
sobre o povo. De um lado, Judas ouvindo palavras elogiosas e animadoras. Do
outro, Judas ouvindo, presenciando e recebendo os impactos das iras
injustificáveis e das acusações severas irrefletidas, contra seu “meio-irmão”
Jesus.
A fé de Judas agora já estava se tornando robustecida e suas
experiências de fé se fortalecendo tanto pelo que seus olhos viam como seus
ouvidos ouviam do Mestre da Galiléia, seu “meio-irmão” mais velho chamado
Jesus. O tempo passou e chegaram os dias conflitantes e desafiantes para a
mente de Judas, trazendo a prisão, o julgamento em duas etapas, a exaração da
condenação e pena por crucificação seguida de morte de seu “meio-irmão” Mestre,
da casa de seus pais. Porém a vida de Judas não congelou no episódio noticiado em toda Jerusalém.
Após o curto e rápido período de luto e tristeza experimentados
por três dias, enfim agora depois da ressureição de seu Mestre, os
entendimentos de Judas foram mais ainda abertos e ele a obter certezas
consideravelmente distintas e provas infalíveis e incontestáveis dessa
ressurreição, e passou a considerar e confessar seu Mestre agora como o seu
Senhor. O que jamais Judas viu antes nos calores das oposições contra a vida e
a pessoa de seu “meio-irmão” Jesus, lhe chegara depois daqueles dias de sua
perseverança e enfrentamentos familiares, religiosos e sociais. Agora aquele
Judas que antes convivera com sérias descrenças em relação ao Homem de Nazaré
em meio a turbas e turbulências. Judas já passou a perceber a realidade sem
grandes explicações. Judas, enfim creu e amadureceu.
Para aqueles que caminham com o Mestre, nem tudo e de quase tudo
que acontece a si e/ou ocorre ao seu redor lhe são cedidas explicações humanas.
Cessam as ignorâncias, as tolices dos
pensamentos, certos víeis das tradições e os convencionalismos. A multidão
locupletada e sufocada pelos poderes humanos e influenciada pelo poderio do
tradicionalismo esbaforido viam Judas como o irmão do mestre rabino contrário e
contrariador, contraditor e contraventor, revolucionário anti-ético,
anti-tradicional, anti-religioso, transgressor declarado da Lei e da ordem
religiosa e cultural, uma ameaça. Tudo indicava que Judas deveria desistir de
crer e seguir no que lhe havia ensinado e demonstrado o seu “meio-irmão” Jesus.
Entretanto, Judas guardou consigo experiências vivas e estava agora mais solidificado,
já consubstanciado e seguramente estruturado dentro do seu mundo interior.
Judas veio se tornar um apóstolo (enviado) repleto de palavras e
feitos poderosos. Um dos baluartes animados mais apologetas defensores da fé
cristã. Atravessou a Armênia e a Pérsia, proclamando com convicções fortes e
firmes a mensagem do Evangelho, sofrendo sérias críticas, oposições e rejeições contra sua vida, sua fé
e sua missão. Suas palavras e colocações escritas demonstram nitidamente o grau
incomum de firmeza, sobriedade, equilíbrio e defesa contra as ondas das
heresias, das apostasias, que ora forçam e ora se infiltram na igreja. Judas foi
odiado gratuitamente, mas deu o melhor de si, sem busca de notoriedade entre os
homens, mantendo sua postura. Em todo o Novo Testamento e em toda literatura
secular não se acha Judas se auto-titulando ser “irmão do Messias” ou “irmão do
Senhor Jesus”. Por seus feitos e atitudes baseados em convicções de fé e
prática, Judas teve os seus dias concluidos fazendo e dando o melhor de si por
muitas vidas sem em nada haver reivindicado recompensa humana.
EvGS
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